O simples hábito de acessar à internet para fazer uma pesquisa, ler uma notícia ou se comunicar com outras pessoas se tornou praticamente orgânico na última década. Quem nunca ‘deu um Google’ rápido para confirmar uma informação em questão de segundos, por exemplo? Acontece que esse comportamento, que para muitos é trivial, acaba sendo um grande desafio para pessoas com mobilidade limitada.
Acontece que, em muitos casos, a deficiência não é severa ao ponto de excluir totalmente as Pessoas com Deficiência (PcDs) de utilizarem o computador. Contudo, na maioria dos casos, o desenvolvimento da programação das plataformas web não leva em consideração a necessidade de atender pessoas cegas, com baixa visão, limitação auditiva significativa, dificuldade em manusear o mouse acessem aos seus conteúdos digitais.
Porém, uma plataforma web acessível não se restringe a uma programação democrática no sentido físico, também deve-se levar em consideração limitações relacionadas à memória, atenção, leitura e linguística, compreensão matemática e compreensão visual. Conforme exemplifica o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG), uma pessoa com dislexia pode não conseguir ler uma página adequadamente por causa de um desenho inadequado.
O que é o eMAG?
O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico é um conjunto de recomendações para os sites do governo federal terem os conteúdos mais acessível possível. O documento comporta uma série de padronizações e segue padrões internacionais, uma vez que é uma versão adaptada do documento internacional Web Content Accessibility Guidelines: Recomendações de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) e serve como norteador para empreendedores de empresas privadas.
Diante desse cenário, seguir o princípio norteador do eMAG no desenvolvimento e na adaptação de conteúdos digitais — que vão de textos à audiovisuais — acolhe pessoas respeitando suas respectivas necessidades, já que recursos de tecnologia assistiva, como teclados adaptado e ampliadores de tela, por si só não garantem o acesso de todos ao conteúdo.
O que é um site acessível?
Um site acessível, de acordo com o eMAG, deve permitir que todos os conteúdos sejam acessados pelo teclado, oferecer uma estrutura de navegação hierárquica no cabeçalho e apresentar um conteúdo distinguido por blocos. Além disso, os campos também devem conter alguma forma de diferenciação que não seja somente pela cor, para que usuários daltônicos não sejam prejudicados.
Ademais, a plataforma também deve incluir imagens com texto alternativo descrevendo-as. O recurso da escrita é igualmente importante para as legendas que devem estar presentes em todos os vídeos, assim como a tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A audiodescrição é outra ferramenta que deve integrar as mídias de áudio e audiovisual.
Implementar essas possibilidades também melhora o rankeamento do seu site no Google, uma vez que ter um site caracterizado pela facilidade de navegação permite que um público maior — segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 45 milhões de PcDs no Brasil — o acesse, seguindo os mesmos moldes de impulsionamento baseados em SEO.
Selo de Acessibilidade Digital
Em maio de 2018, a Prefeitura de São Paulo lançou o Selo de Acessibilidade Digital. A ideia é certificar empresas privadas a seguirem os critérios estabelecidos pelas normas nacionais. Ancorada na Lei Brasileira de Inclusão, o selo é concedido para as plataformas que tiverem, pelo menos, 95% de aderência do eMAG e cumprirem todos os itens da lista de verificação para análise manual de acessibilidade em portais.